Contribuições da Saúde Coletiva Brasileira para a reorientação da educação e da prática da Fonoaudiologia

Autores

  • Marcos Vinicius Ribeiro de Araújo Departamento de Fonoaudiologia, Instituto Multidisciplinar de Reabilitação e Saúde, Universidade Federal da Bahia, Brasil
  • Vladimir Andrei Rodrigues Arce Departamento de Fonoaudiologia, Instituto Multidisciplinar de Reabilitação e Saúde, Universidade Federal da Bahia, Brasil; Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação (PPG-REAB/UFBA) e do Mestrado Profissional em Saúde Coletiva (MEPISCO/UNEB), Brasil
  • Bárbara Patricia da Silva Lima Núcleo Ciências Humanas, Sociais e Políticas Públicas, Centro de Ciências Integradoras, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Brasil
  • Mauricio Wiering Pinto Telles Departamento de Fonoaudiologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Brasil; Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil

Resumo

Trata-se de um ensaio teórico cujo objetivo é apresentar o campo da Saúde Coletiva enquanto uma proposta insurgente às práticas biomédicas hegemônicas de saúde, situando sua emergência histórica e seus principais fundamentos teóricos, bem como discutir, a partir deste campo, possibilidades e desafios para a reorientação crítica da prática e da educação em Fonoaudiologia a partir da realidade brasileira. O texto apresenta um resgate histórico do surgimento deste campo acadêmico, relacionado às lutas sociais latino-americanas frente às desigualdades sociais e às mobilizações pela Reforma Sanitária Brasileira nos anos 1970/1980, ressaltando-se autores expoentes em sua origem. Ademais, são discutidas as possibilidades e desafios para a reorientação crítica da prática e da educação em Fonoaudiologia a partir de uma breve análise histórica do encontro da área com a Saúde Coletiva. Conclui-se que este campo possui potencialidade para ofertar subsídios teóricos e políticos para a reorientação da arquitetura curricular dos cursos, bem como para a ampliação dos sujeitos envolvidos nas práticas, sejam da academia ou dos trabalhadores nos serviços de saúde e dos movimentos sociais, de modo a descolonizar a Fonoaudiologia e reinventá-la, passando a assumir sua responsabilidade no fortalecimento do campo democrático na área da saúde, necessidade extremamente atual no Brasil e em toda a América Latina.

Palavras-chave:

Fonoaudiologia, Saúde coletiva, Prática profissional, Fonoaudiologia Latino-americana